segunda-feira, 13 de junho de 2011

A Flor que és



A flor que és, não a que dás, eu quero.
Porque me negas o que te não peço.
Tempo há para negares
Depois de teres dado.
Flôr, sê-me flor!
Se te colher avaro
A mão da infausta esfinge, tu perere
Sombra errarás absurda,
Buscando o que não deste.

poema de Ricardo Reis
heterónimo de Fernando Pessoa

Beijinhos e abraços.

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